quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ignorância e controle

Mais uma vez, ainda a mesma coisa. Faz um bom tempo, enfatizamos a criminalização da pixação na cidade. Claro, e infelizmente, que não será feita distinção alguma entre quem pixa e quem grafita. (Não estou fazendo uma defesa da prisão de quem pixa, e não sei o que deve ser feito a esse respeito....) A fim de pensar nessas coisas, queria mencionar a questão da invisibilidade. Também um outro ponto que é o desenvolvimento de uma assinatura, de uma forma nova de dizer "eu". Para tantos escritores, teóricos, artistas, esse foi um aspecto essencial.
Desde que a atual administração de BH começou, curiosamente, tantas coisas me fazem lembrar da estética nazista. Curioso que, pra verticalizar, vender, demolir e render muita grana, toda a administração se dispõe. Prédios em lugar de casas, até tombadas. Vejamos onde isso para.
A versão de ataque ao patrimônio me intriga... Me intriga mais ainda um grafiteiro cujo trabalho adoro, que grafita o transitório, o arruinado, o lixo... Que farão com vc e com seu trabalho?! Vc, que, por si, representa uma incógnita.
Mais uma questão: as referências estão em crise, perdidas. Mas o controle excessivo, a assepsia, configuram uma solução para isso?
A assinatura de cada um, uma referência cada vez mais custosa, pelo visto. A discutir? Não por muita gente.
Não quero a assepsia da cidade. Cansou toda essa caretice e vontade de domínio.
Nessas horas, sinto falta dos centros das cidades do Nordeste. Abandono que abriga a expressão. Uma fresta sem domínio (que é como o pharmakon, com faces de remédio e veneno), sem controle, sem metas nazistas.
Um Banquete à la José Celso pra esse povo careta! Ai, ai! Bom dia!

Um comentário:

AS RUSSAS disse...

O X no lugar do ch de pichação foi uma brincadeira com o documentário sobre o cripta, de são paulo.