domingo, 31 de janeiro de 2010

Uma tarde sobre os grafites



Hoje foi um dia de muitas fotos, de muitos grafites. Ao fim de todas e da maioria de alguns, a impressão de uma visita a um tipo de museu: museu de arte urbana, onde os corpos interferem nos desenhos, que interferem no cotidiano, no corpo, nos olhos de quem vê, de quem passa por eles, de quem convive com esses painéis.
Alguns, surpresa, interferem no grafite com sua pichação, sua tentativa de assinatura.
Uma discussão emergiu acerca da atitude de criminalizar a pichação: Seria mesmo bacana interferir dessa forma nas expressões da cidade? São todas da mesma natureza? merecem o mesmo lugar?
Não me venham tratar os grafiteiros, artistas dos muros, das quinas, das passagens urbanas como marginais. Pensem nas formas torpes que se é preciso buscar para não ser invisível. Cada um busca uma assinatura no mundo, um lugar, uma identidade.
Será possível essa cegueira diante do lúdico?
Não tirem os grafites das minhas vistas. Sentirei falta das passadas de carro ou de ônibus por desenhos, assinaturas intrigantes e muito impressionantes.
BH não pode nem deve primar pelo punho de ferro. Temos problemas maiores que expressões criativas, decorrentes talvez, da vida na urbes.
Deixem os grafiteiros em paz! Deixemos que eles trabalhem, assinem, desenhem, coloram! Há de valer à pena!!!! Já vale! É só olhar.